OCCUPATION: MALL RAT.

Roupa. Estas duas semanas que trabalhei numa embaixada foram "tough". Basicamente, não me reconhecia quando me olhava ao espelho. Era como ser uma personagem totalmente diferente, com barba feita, roupa institucionalizada, penteado e com sapatos brilhantes... ou seja, estava vestido á hipócrita.

Nunca pensei, mas o que uma pessoa veste reflecte o que a pessoa é. Basicamente, é o reflexo do background cultural, do binómio extro/introversão, dos gostos, e até certo ponto da higiene. Manter a originalidade ao dia de hoje é tarefa árdua, não só pela limitada oferta, como pelo factor da maioria das pessoas querer fazer parte da multidão.

Eu descobri já o meu statement. Roupa em segunda mão. Em Portugal, a maior parte das pessoas a quem digo isto (normalmente envergando camisas Sacoor Brothers, ou a marca que é standard essa semana...) olha pra mim com cara de horror, e depois pena, pensando "Coitado, deve ser pobrezinho...". Don't get me wrong, eu até tenho algum dinheiro, pelo menos para fazer tudo o que me dá na cabeça. Compro roupa em segunda mão por opção. A variedade é muito maior, embora em Portugal seja quase impossivel apanhar lojas deste tipo. Mas nada como com 10$ canadianos (cerca de 6€), poder comprar uma camisa branca, tshirt com caractéres nipónicos, camisa de futebol dos anos setenta, e ainda ter trocos para comprar um chapeu estilo fidora circa 1940.

É assim, por aqui essa roupa é pouco mais inflacionada, mas vale a pena, ao menos sinto-me eu próprio a andar na rua, e não mais um corporate/label whore a andar por aí. E também assim não tenho ir ao Shopping fazer compras de roupa, que depressão por depressão, fico em casa a ver TVI.


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