Isto de ir todos os dias para o centro de Lisboa e levar o carro tem os seus benefícios. Além de não ter de levar com o pessoal da tosse no comboio (my toughts are with you, brother renato) ajuda a desenvolver uma série de novas capacidades visuais e motoras, para um exercício crucial que é preciso fazer todos os dias : arrumar o carro.
Claro, estou a falar de sítios onde não há arrumadores, porque com arrumadores temos a papinha toda feita, é como aqueles caçadores que vão para África dar tiros em leões previamente drogados pelos organizadores da caçada (mas isso é para outro post). Não, quando não há arrumadores é a selva no seu estado mais puro, e impera a lei do mais forte.
É preciso uma visão de longo alcance, sentidos apurados para identificar o potencial condutor que está prestes a sair de algum lugar, capacidade de raciocínio matemático elevada para calcular em fracções de segundo se o carro cabe entre aquele caixote do lixo e o poste de electricidade, destreza para ultrapassar a velha do carocha e apanhar um lugar perfeito. E acima de tudo, muita paciência. Como um caçador, é preciso esperar pela hora certa sem desanimar.
Há dias do caçador, como hoje, em que foi só chegar e estava um lugar perfeito à minha espera. Há dias da caça, em que é preciso dar voltas e voltas para arranjar um espacinho. E a caçada continua...
Thursday, February 19, 2004
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